“A morte deve ser doce”
“Agora já não posso ir a parte alguma. Acreditam que eu esteja morta. Minha mãe leva flores à montanha e as joga ao vento no dia do meu aniversário, e meus irmãos erguem um balão com meu nome.” Bárbara Molina
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Livro no Skoob |
A sinopse me chamou atenção de cara: uma garota (Bárbara Molina) desaparecida a quatro anos sem um pedido de resgate! Adoro histórias policiais! Mas admito que o que me convenceu realmente a comprar e ler o livro foi o título da primeira parte: “A garota que assistia Friends”. Se tinha referência a minha série de TV preferida, então ele tinha uma obrigação moral de ser uma boa leitura (kkkk).
A história se passa em apenas um dia. Quatro anos após o desaparecimento de Bárbara, o detetive responsável pelo caso está em seu último dia de serviço, antes de se aposentar, e ao passar todos os seus casos para o seu substituto eles narra a teia de acontecimentos confusos acerca do desaparecimento da garota.
Paralelo a esse acontecimento, vemos no mesmo dia, como está a situação da família Molina: a mãe depressiva, viciada em medicamentos; os irmãos menores criados a própria sorte; e o pai, o único que consegue manter a vida funcionando na família. E ainda temos a melhor amiga de Bárbara que contribui de forma importantíssima para a resolução do caso!
Pode parecer uma história batida, mas o que mais me chamou atenção foi a forma da narrativa. Temos os capítulos narrados pela própria Bárbara em seu cativeiro, nos quais ela lamenta a situação em que se encontra e nos ajuda a entender um pouco mais da história, além de nos fornecer importantes dados para que possamos resolver seu desaparecimento. Temos também capítulos nos quais o narrador nos faz conhecer outros personagens e suas angústias sobre o desaparecimento da garota. E neste mundo temos análises sobre os limites na educação dos filhos: até onde é possível dizer SIM e não acabar “estragando” os filhos? Até onde podemos ser tão permissivos? Como não magoar ao dizer NÃO?

Durante os capítulos de Bárbara, vemos a tristeza e até mesmo a culpa que ela sente em relação a situação que está vivendo e também a maneira como “ele” (seu sequestrador, que ela se refere desta maneira) inverte a situação e faz com que ela sempre se sinta culpada pelo seu próprio desaparecimento. Deste modo, a garota que assistia Friends, descreve como os seis amigos foram sua única companhia durante seu cativeiro “Depois de comer, assistia a Friends e, naquele momento, me sentia como se estivesse em casa, dividindo o apartamento de Joey e Chandler, cuidando de seus animais, tolerando a gravidez de trigêmeos da Phoebe ou roendo minhas unhas toda vez que Ross e Rachel terminavam, quando Joey ficava desempregado ou quando Mônica queria ganhar uma aposta.”
O livro ainda nos leva a um passeio por Barcelona, cidade onde se passa a história. É uma narrativa dinâmica, gostosa e divertida, apesar de tensa em diversos momentos.
Vale totalmente a pena ler!!! Super recomendo!!
Dados do Livro
Título: Palavras Envenenadas
Escritor (a): Maite Carranza
Editora: Novo Conceito
Páginas: 251
Ano: 2011
Onde comprar: Livro no Buscapé
Beth Costa
E-mail: beth.biologa@gmail.com
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