terça-feira, 10 de junho de 2014

A metamorfose - Kafka

Sinopse: A Metamorfose é a mais célebre novela de Franz Kafka e uma das mais importantes de toda a história da literatura. O texto coloca o leitor diante de um caixeiro-viajante - o famoso Gregor Samsa - transformado em inseto monstruoso. A partir daí, a história é narrada com um realismo inesperado que associa o inverossímil e o senso de humor ao que é trágico, grotesco e cruel na condição humana - tudo no estilo transparente e perfeito desse mestre inconfundível da ficção universal. 


" Temos que nos ver livres dele. Ele ainda será a causa da sua morte, estou mesmo a ver. Quando se tem de trabalhar tanto como todos nós, não se pode suportar, ainda por cima, este tormento constante em casa. Pelo menos, eu já não agüento mais."
Grete.


O que falar sobre metamorfose, quando o próprio autor descreve sua história como asquerosa?
Esse livro estava na minha meta de leitura fazia um tempo. Achei interessante a premissa de um cara acordar se tornando um animal (não necessariamente por ser uma barata ou não). No começo não gostei do desenrolar do livro, achei ele fadigante de se ler e nem pelo tipo de linguagem que utiliza, mas pelo desenrolar da narrativa ser extremamente irritante, ao menos pra mim.
O livro tem poucas páginas, mas o que se passa nessas páginas eu consigo resumir em um parágrafo... tire suas próprias conclusões se isso é uma vantagem ou não, nesse caso eu não acho.
O livro gira em torno de Gregório o personagem principal da história
e sua vida pós metamorfose, relação com os familiares, hábitos, adaptação etc. Gregório é meio non-sense e fica, mesmo transformado em barata, pensando em se levantar e pegar o trem  e em ir trabalhar etc etc com uma naturalidade que não funciona para mim (nem sendo uma critica à sociedade e ao valor dado ao trabalho e às relações trabalhistas)... é tipo você acordar com uma espinha no rosto e pensar “Nossa, tá feio mas eu não posso faltar o trabalho por isso”. Chega um ponto no livro que a família de Gregório meio que perde o medo dele e vai deixando ele escanteado, sem dar atenção ou em momento algum buscar ajuda para o filho, seja ela espiritual, médica ou qualquer outro tipo. Sei que também há ai uma critica ao ser humano em si na forma como trata os semelhantes-diferentes (quando Greg era a principal fonte de renda e estrutura da casa ele era valorizado e quando se tornou um `problema` para sua família passou a ser desprezado e até mesmo indesejado) mas é muita apatia para uma família só, não enxergo uma família na qual a reação dos pais e irmãs fossem as descritas no livro.  A forma como o livro é escrito me lembrou muito o formato de um conto, mostrando um acontecimento especifico que ocorre em um período de tempo curto mas com uma narrativa muito alongada.

Acho digna e interessante a intenção do autor, mas acho que ela não foi trabalhada da maneira ideal para passar a mensagem , mesmo num livro escrito em nos anos 10 numa pré-guerra acho que a escrita sim poderia ter se modificado e trabalhado o mesmo tema e mensagem de uma forma bem mais agradável.


Estava deitado sobre o dorso, tão duro que 
parecia revestido de metal, e, ao levantar um pouco a cabeça, divisou o arredondado 
ventre castanho dividido em duros segmentos arqueados, sobre o qual a colcha 
dificilmente mantinha a posição e estava a ponto de escorregar.



Kafka é um insano...ele retrata muito bem tudo, não consigo ainda compreender como surgiu todo um estilo de escrita depois de suas obras (talvez por só ter lido uma), mas enfim vale se perturbar com a narrativa "asquerosa" de Kafka

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